quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A música migrando para novas mídias


Com o advento da internet, dos mp4 players e dos serviços de download de ringtones e mp3 da telefonia móvel, o acesso aos mais diversos trabalhos fonográficos está facilitado e é algo que preocupa as grande gravadoras. Ao mesmo tempo artistas independentes, carentes de apoio da grande mídia, lutam por um espaço no mercado e precisam divulgar seu trabalho. Esses artistas tem que, necessariamente, divulgar seu material na internet para poderem ganhar reconhecimento do público. Infelizmente, diferentemente do que acontece em outros países, no Brasil não existe a cultura de se pagar por downloads de mp3, o que torna o trabalho ainda mais difícil. Muitos artistas nacionais e internacionais, como o grupo inglês de rock alternativo Radiohead e o pernambucano Nação Zumbi, deixaram suas gravadoras para fazer parte do cenário independente e estão se dando muito bem. Acredito que a vantagem de ser independente é poder ter controle total sobre seu trabalho, fazer dele o que bem entender. E verdade seja dita: os músicos hoje ganham dinheiro com seus shows e no caso dos artistas independentes a visão sobre a arte deve ser empresarial. Não na maneira de criá-la, necessariamente, mas na forma de administrá-la (estratégias de divulgação , distribuição, produção artística) e a gravação passa a ser uma forma de imortalizar e divulgar o seu trabalho e estar em contato com o público. Sites como o Last FM, My Space, Palco Mp3, Pure Volume, Sonic Bids dão condições para que os artistas independentes possam mostrar suas músicas para quem quiser ouví-las.
Uma nova realidade para downloads de mp3 surge no Brasil com o Download remunerado do Trama Virtual (www.downloadremunerado.uol.com.br), uma iniciativa que tem a proposta de remunerar os artistas a cada download feito de suas músicas. Essa remuneração é feita com patrocínio de empresas que investem na contrapartida de terem suas marcas ligadas ao incentivo ao artista independente, à cultura brasileira, além de reforçar seus produtos e serviços. Dentre as apoiadoras estão: Kildare, Real, Sol, Mormaii e Coca-Cola. Resta saber como é feita essa prestação de contas. Quanto é investido? quanto é repassado aos artistas?. Como eu não tenho conhecimento sobre o caso, prefiro não manifestar opiniões.
Um exemplo da música em novas mídias em Brasília é a banda ETNO, da qual nosso colega Tiago Freitas faz parte. No lançamento do primeiro álbum ¨Revolução Silenciosa¨, ETNO disponibilizou aos primeiros 1.000 compradores de ingressos antecipados, senhas para download do disco (incluindo parte gráfica e músicas). Muitas músicas estão disponíveis em www.myspace.com/etno e em breve todas as faixas do disco tambem estarão. Se as grandes detentoras do mercado fonográficos brasileiro não quiserem quebrar, terão de repensar suas estratégias e facilitar o acesso ao material produzido (CDs), num país com tanta pobreza como o Brasil. Não somos a favor da venda pirata; não mesmo, mas somos a favor do download remunerado ou grátis por meio da internet e/ou celulares. Ficam aqui os nossos parabéns às empresas que apoiam a música independente, às rádios web e piratas e aos sites que servem de ferramenta para a divulgação de todo esse material cultural que precisa ganhar espaço.


Um comentário:

Walf disse...

Há algum tempo uma banda, que nao lembro qual, divulgou as suas primeiras músicas em seus shows através de pendrives. Todo show eles deixavam pendrives "jogados" pelo show, no banheiro, ou qquer outro lugar. Quando a pessoa pegava o pen drive e abria, nele havia uma musica. E assim eles divulgaram 3 musicas inéditas antes de lançar o CD.

Houve também uma banda que não vendeu CD, vendeu pendrives com os arquivos de suas músicas, e vendeu surpreendemente bem!

Depois procure saber sobre isso, é super interessante...